terça-feira, 11 de maio de 2010

Ai tanta dor! Tanta dor!


Ai meu Deus! Ai meu Deus!

E não é que hoje me aconteceu, logo de manhãzinha, uma coisa que não me acontecia há anos? Ai… é verdade… e ainda por cima é daquelas coisas que nos faz reduzir à nossa mais baixa e básica condição, de onde saímos há uns quantos milhões de anos: hoje mandei um grande tralho, um valente tralho! E, ainda por cima, foi um tralho porque quis ser simpática e conscienciosa com o trabalho das outras pessoas e não andar a chafurdar no chão acabado de lavar. Foi monumental! Mala pesada com as toneladas de comida que trago sempre (três taparuéres e uma banana [geralmente é só uma taparuére, mas não ia deixar as favas estragarem-se, por isso lá tive de trazer outra… e mais outra para os… morangos…]), botas escorregadias e záz! De quatro, ali, no chão! Com a rapariga da limpeza super aflita, a sentir-se culpada! Qual culpada, deixa lá isso! Quem me mandou a mim andar em bicos dos pés? Lá me levantei (à rasca dos joelhos, há que frisar) e lá disse qualquer coisa relacionada com o assunto que estava a falar com ela. Conclusão: não me descosi, não me descompus… armei aquela postura do: “Caiu? Mas viram alguém cair? Eu sou uma senhora! Caí, paciência! Vou agora desatar aqui a chorar?” e depois lá disse um: “’Tá tudo bem!”, mas à rasca dos joelhos. Já me estou a imaginar, daqui a 30 anos, em minha casa, num dia de extrema humidade, a amaldiçoar o dia em que, imprudentemente, a preocupação com o trabalho dos outros me levou a deixar as mazelas que tantas dores me causam.

Não, não. Decididamente vou dedicar-me ao bandidismo e gatunagem, porque isto de ser honesta e boazinha só nos dá é… olhem… é dores!

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