quarta-feira, 26 de maio de 2010

A todas as Portuguesas e a todos os Portugueses


Ora aí está uma coisa de que não gosto (desta vez, vou tentar não usar uma linguagem muito radical, correndo o risco de estar a saturar os nossos caros leitores bloguistas. Hoje vou dizer mal… mas em forma fofa). Causa-me um certo e determinado transtorno quando a classe política, principalmente esta, apesar da tendência estar a alastrar-se a todo o poBo em geral (principalmente a certas e determinadas figuras que, querendo causar boa impressão no meio televisivo, recorrem a esta… coisa…) retira do seu bolso (cheio ou não… não quero saber) a nobre tendência de distinguir os dois géneros no discurso. As portuguesas (senhoras primeiro, com licença) e os portugueses (eles, mesmo que não sejam cavalheiros, ficam para o final. É para aprenderem a ser bem educados… ah pois é…). Eu poderia considerar este recurso de oratória uma coisa fofa, é simpático, atencioso. No entanto, meus fofos, eu não considero. Na minha opinião, é desnecessário porque: há uma, em português, usa-se sempre o masculino no plural para englobar coisas dos dois géneros; há outra, o facto de eles atenciosamente se dirigirem a mim de uma forma mais destacada não irá gerar maior vontade de ouvir o discurso deles. Considero, aliás, este recurso uma grande seca, tal como considero aqueles discursos formais, em que uma personalidade fala perante uma elevada audiência: “Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro, Srs Ministros, Srs Deputados” e por aí a fora. Às vezes até é bom eles fazerem isto, porque sempre nos refresca a memória quanto aos nossos órgãos de soberania e a sua hierarquia. E é também curioso ver quem é que um determinado orador acha relevante mencionar no seu discurso: “Este… não vou pôr este palhaço, porque se não tenho de pôr aqui também o outro… Vai só este.”.

É, eu penso nestas coisas todas, quando estou a ver os discursos do 25 de Abril. Devia era ter juízo e só acordar o meio-dia, mas o que é que se quer…

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