terça-feira, 21 de setembro de 2010

Por êintre as montánhas moBedêiças,
seinto meus pés a afundare!
Por êintre as montánhas moBedêiças,
lá estás tu a querêir-me lixare!

És tu que quêires as coisas
mas dizes para eu as fazêare.
Se tudo der para o tuorto,
sou eu que me Bou f***re!

Lágrimas nôu chorarêi,
Ai nôu, nêm um bocadêinho
Pois pessuoas como tu
Bêm para mim de carrêinho!


Este poema é composto por três quadras com o esquema rimático ABAB, ABCB e ABCB.

Reparem como a erudição e o brejeirismo andam a par nestas magníficas quadras, a forma mais popular de versejar. É a prova de como dois expoentes conseguem conviver, a par da concretização escrita de variações fonéticas.

O tema versa sobre uma situação comum do quotidiano, denotando-se igualmente a interpretação e repercussão exercidas sobre a voz que profere as palavras.

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