terça-feira, 29 de junho de 2010

Eu disse àqueles para aparecerem na 3ª feira, reparem bem, na 3ª feira. A mim cheirou-me logo a esturro. Eles começaram com uma conversa: “Oh doutor, sabe que isto ‘tá complicado” e tal. Eu pensei assim: “Já me ‘tão a querer enrolar”, “Ah, e coiso, o tempo agora ‘tá de menos chuva, combinámos pintar aí os muros a uns fulanos… Vamos ver no que vai dar, vamos ver no que vai dar…”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Há festa na escola primária!

Esta 6ª feira houve festa na escola primária em frente à minha casa. É uma alegria! Ver os putos todos contentes, a correr, a brincar... aos gritos (acho menos graça mas vá...); os pais ainda mais histéricos que os putos (menos graça ainda...), um cheirete a sardinhas que não se pode (pronto, isto é que não tem mesmo graça nenhuma!) e as típicas marchas populares e a bela da musiquinha pimba na quantidade suficiente que estas situações requerem!

Mas, o que me fez mais confusão não foi nenhuma destas coisas! Ah pois não bebé! Foi o facto do patrocínio duma festa numa escola primária ser o de uma cerveja!!! Ò meus amigos, mas que raio de parvoíce é esta?! Aquilo é uma escola primária, senhores!!! Onde é que anda o Caprisone? O Tang? Cerveja???!!! Os putos a jogar ao lencinho e à apanhada com uma imperial na mão?!

Quer dizer, não podem levar um puxão de orelhas dum professor porque ficam traumatizados! Espetam-se no recreio, arranham um joelho, cai o Carmo e a Trindade! Lavam as mãos 150 vezes ao dia com desinfectantes por causa dos germes que lhes podem consumir as entranhas! Bebem leitinho com chocolate porque lhes faz bem aos ossos! Não têm aulas de educação sexual porque somos todos muito católicos! Mas à bela maneira do português, fazem festas de final de ano lectivo patrocinadas por cervejas!!! Com barraquinhas de cerveja e barris de imperial à disposição! É que nem eu tive apoio duma marca de cerveja para a viagem de finalistas!!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ah como eu os compreendo...

Cheguei a uma idade e a uma fase na minha vida em que tenho muito pouca paciência para certas e determinadas coisas... Estava a falar com a Bluedressed e estava a dizer-lhe que começo a perceber aquele pessoal que se passa dos carretos e entra em sítios e desata aos tiros e cenas semelhantes! Cada vez os compreendo melhor! À se compreendo!!!

Volta e meia lá aparecem mais uns “postalitos” para me fazerem pensar assim! Gente pobre (mas muito pobre mesmo! De espírito, claro!) e mal agradecida! Gente mal educada, gente que passa por cima de tudo e de todos só para conseguir o que quer! Gente hipócrita e mesquinha, intolerante e com uma cabecinha mais atrasada que a da minha avó! Gente que entra em histeria com a Selecção Nacional e com o Cristiano Ronaldo e se esquece de tudo o resto! Só não se esquece da m***a das vuvuzelas!!! Ai isso é que não pode ser!!! O que seria de Portugal, dos portugueses e de tudo o que mexe se não fossem as sopradelas, mal dadas ainda por cima, nas vuvuzelas?! É que na África do Sul aquilo faz outro sentido! Já viram a extensão da África do Sul?! Ò meus amigos, a minha rua não é a África do Sul!!! Tenham lá paciência!!!

Mas há mais! Ai há, há... Há muito mais que isto hoje está difícil... Como dizem a Bluedressed e o meu amigo P., estou assim atravessadinha! (o sinal é uma mão atravessada na testa...)

Cheguei à fase em que entendo esse pessoal dos tiros! Olhem, há sítios onde entrava e era uma razia completa! Também estou muito de acordo com aquele provérbio do “crime compensa”! A quantidade de gente que eu vejo a declarar o salário mínimo nacional que não recebe, aqueles que não pagam segurança social durante anos apesar de trabalharem a recibos verdes e eu, que por estúpidez ou bloqueio do computador que já era velhinho e não conseguia processar duas informações ao mesmo tempo, envio duas declarações de IVA e a seguir vou pagá-lo (ai que dor...) e passado dois meses recebo em casa uma cartinha das Finanças a dizer que não paguei e não sei quê... ò meus amigos, se eu não tivesse pago nenhuma nunca me teria chateado! A correria para as Finanças! Três vezes! Das duas primeiras não podem resolver o problema porque não têm sistema informático, telefone ou fax... até que da última lá se resolvem a fazer qualquer coisa porque aqui a vossa amiga escreveu uma cartinha muito bonitinha a explicar a situação e a chamar-lhes incompetentes e que o melhor era resolverem a porcaria que o próprio sistema deles não resolve! Mais um sitio onde eu entrava de espingarda em punho! Ou daquelas com silenciador... com uma caçadeira de canos serrados também não me parece mal... e uma metralhadora?! Isso é que era! Ai isso é que era!!!

Eu sei que não sou o Rambo, porque aquela fitinha na cabeça e a boca torta não fazem o meu género mas era capaz de lhe pedir umas explicações!


sábado, 19 de junho de 2010

Mais uma corrida, mais uma viagem...

Já uma vez aqui disse, aquando do concerto dos Xutos & Pontapés no Restelo em Setembro do ano passado, que estes cinco senhores fazem parte da minha vida e a sua música podia muito bem ser a banda sonora de qualquer filme que alguém se lembrasse de fazer acerca aqui da “je”!

Sábado passado fui vê-los a Santarém. Muito mais do que um concerto dos Xutos & Pontapés, foi um reencontro de amigos que não via há 20 anos! Daqueles amigos que não se esquecem por mais anos que passem! Daqueles amigos que ficam para sempre com um lugar especial no coração; com quem crescemos; com quem ri e chorei, com quem fiz asneiras, em quem confiei, com quem partilhei tanta coisa! Com quem passei férias, brinquei, comi, dormi... Que foram o meu mundo durante anos!

E querem saber o que é engraçado? A confiança mantém-se, o à vontade, a alegria e a vontade de nos voltarmos a ver! Foi isto o que mais aprendi na convivência com eles: que por mais tempo que passe, os verdadeiros amigos ficam sempre “cá” dentro! Foi bom “retomar” a conversa onde a tínhamos deixado. Assim, sem mais nem menos! Como se nos tivessemos despedido no dia anterior!

Tudo isto ao som dos Xutos! (É aqui que eles entram...) Lá estavam eles, mais uma vez, a marcar um momento especial da minha vida! Parece que sabiam e, nos momentos certos, tocaram aquelas músicas que tinham sido tão importantes para nós há vinte anos atrás! Mais uma vez! A fazerem a banda sonora das nossas vidas!
Obrigado Xutos!
Obrigado PB! Por te manteres igual a ti próprio, por seres a pessoa boa que és, o amigo que sempre foste!
Obrigado N.! A ti, especialmente, obrigado... Por seres quem foste e continuares a ser...


Guias turísticos na Carris!




Quantos de vocês já passaram pela magnífica experiência de andar nos autocarros da Carris, em Lisboa, com aquela senhora simpática a dizer os nomes das paragens? Já experimentaram? É que se já passaram por isso não se esqueceram de certeza!
Egoísmos à parte e sabendo da importância desse meio de informação, aquilo é uma grande seca!

É que andar todos os dias num autocarro desses que faz um percurso com seis paragens a levar com aquela senhora é um suplício! É um suplício e mete medo! Juro que tenho medo dos efeitos secundários daquela brincadeira!
Aquilo põe qualquer um louco! Estou à espera do dia em que o motorista muda o percurso só para contrariar a “senhora”! Que alguém se passe e comece às cabeçadas às colunas para calar a “mulher”! Por outro lado e se estivermos bem dispostos, podemos sempre imaginar que vamos num autocarro turístico! É que ainda alguém me há-de explicar que raio de sotaque é aquele! Parece que estou na ONU com tradução simultânea! Ou na Ucrânia! Com guia turístico! Mas antes fosse...

Tudo bem, tudo bem! É útil, é! Mas que é uma seca também é!!!

Ò jovem!!!

Adoro quando me tratam por: “Ò jovem!!!” Epá, gosto!!! Gosto porque dá aquele ar de machão, coiso e tal, cheio da pinta! Curto, pronto, vá!
Podia ser: “Ò boa!!!”, “Ò garina!!!” ou mesmo: “Ò febra!!!” Mas não, foi mesmo “Ò jovem!!!”

Melhor que isto só mesmo aquela expressão muito característica aqui pelos autocarros de Lisboa que é: “Ò chefe! Abra à rectaguarda!!!”...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pombaria por aí!!!




Às vezes (poucas, é verdade...) chego cedo à estação de comboios onde espero pelo comboio para ir trabalhar. Quando estou inspirada, tiro o meu bloquinho da mala e saco da caneta (escrevo à moda antiga...) e começo a escrever textos aqui para o nosso mais que tudo! Foi o que fiz hoje.

Nesses momentos a minha única preocupação são os pombos! Epá, detesto pombos!!! Eu, que sou uma amante de animais, defensora dos seus direitos, que me sinto mal porque mato uma melga, detesto pombos! É que não posso com eles! Se há animal que me irrita são os pombos! Nem as pombinhas brancas da paz escapam!

Então quando estou de casaquinho branco como era o caso, a minha vontade de os mandar a todos para um sítio que eu cá sei, torna-se completamente incontrolável!
E não pensem que estou assim porque algum deles resolveu mandar alguma substância para cima do meu casaquinho! Não se atrevem!


Opá, fogo!!!

Uma gaja não é só pernas e cu, tá?!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dia de São Receber

Tenho umas sandálias que escorregam tanto mas tanto que quando apanham chão lisinho, daquelas lajes bonitas ou a bela da calçada portuguesa, começo a andar pareço um cossaco! Mas em mau!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Do futebol italiano... ou não!

Nunca percebi porque é que sempre gostei tanto da selecção italiana!





Deve ser porque gosto muito de futebol! Com certeza!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Gato lindo!

Miss Bluedressed is back on her mission again, and this time she’s going to talk to you about commas. Sim, meus Fofos, vírgulas, pontuação. Casos em que não se devem usar nunca e casos em que o uso é facultativo. A propósito, esta maravilhosa árvore genealógica que vedes em cima é uma metodologia de estudo usada pela Gramática Generativa, de que falei no post/charopada anterior.

Todos sabemos quando NUNCA devemos usar uma vírgula, certo? Entre o sujeito e o predicado. Ora, conseguem identificar o sujeito e o predicado da frase em cima? O sujeito é “o gato” e o predicado é “come” (para nós, é suficiente considerarmos apenas isto). O “a sopa” é aquilo que, no tempo em que eu aprendi estas coisas, se chamava de complemento directo.

Ora, meus amigos, NUNCA ponham uma vírgula entre “o gato”, o “come” e “a sopa”, mesmo que a sopinha seja de letras. Nunca! Não se faz, é uma grande maldade, porque eles querem caminhar juntos e ser muito felizes. Usem, sim, se quiserem, a vírgula se estes três elementos tiverem filhinhos (é promíscuo, mas paciência), “na tigela”. “Na tigela” tem o direito de ser livre e passear por onde quiser, se não vejamos: O gato come, na tigela, a sopa. O gato come a sopa, na tigela. Na tigela, o gato come a sopa ou, muito à frente e poético, O gato, na tigela, come a sopa. Se forem pessoas simples e humildes, podem simplesmente dizer: O gato come a sopa na tigela. Ninguém morre por isso.

Conselho de amiga: se têm dúvidas quanto à utilização da vírgula em certas situações, não a usem. Mais vale pecar pela sua ausência do que pela sua má utilização!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Zé e a Hélia

Para não pensarem que eu só leio coisas do Miguel Sousa Tavares, gostava de vos chamar a atenção para outros dois escritores que eu adoro: o José Luís Peixoto e a Hélia Correia.

O primeiro dispensa apresentações! É “o” José Luís Peixoto! A segunda, a Hélia, é uma escritora fantástica, que escreve com uma sensibilidade apaixonante, que conta histórias cruas, cheias de beleza!

Gosto muito dos dois e daqui gostava de lhes deixar os meus parabéns e agradecer pelas horas de prazer que me dão e vão continuar a dar, de certeza!

Leiam Cal e Morreste-me do José Luís Peixoto e Bastardia, Lilias Frasier ou A Casa Eterna da Hélia Correia e venham cá dizer que eu não tenho razão!


P.s. – A Hélia Correia é minha vizinha! Por estupidez ou timidez ainda não lhe dei os parabéns pessoalmente mas ainda hei-de ganhar coragem para o fazer...

terça-feira, 8 de junho de 2010

“Aparício! Aparício! Como foste capaz?”
“Florbella?”
“Aparício! Quem é essa? O que faz ela com as chaves da nossa casa?”
“Florbella, esta lombarda já não te pertence!”
“Como?”
“Sim. Deixou de ser tua. Partiste, foste embora. Deixaste-me a mim e aos teus 7 filhos nesta casa, pequena, ainda mal brotava. Fizeste-nos sentir umas formigas envergonhadas. Agora, que esta couve floresce, que é cobiçada pelos vizinhos e os nossos filhos têm espaço para crescer, voltas... Florbella...”
O que é que eu te disse, Vasco? O que é que eu te disse? “Aquele livro há-de ficar ali em cima até ganhar mofo porque eu não espero de o arrumar!”.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

2040...

Tive por companhia no autocarro um senhor, muito indignado, porque os políticos sabem o que vai acontecer em 2040 mas não dizem a ninguém!!!

Ora, eu não me lembro de alguma vez ter votado na Sô Dona Maya nem na Alcina Lameiras! Nem me lembro de as ver em alguma lista partidária!

Sendo assim fico preocupada! Fico, o que é que querem? Fico, porque das duas, uma: ou a minha miopia aumentou exponencialmente e lá vou ter eu que gastar mais um dinheirão que não tenho com o oftalmologista, comprar óculos novos e passar três meses a dizer a toda a gente que gostava mesmo era dos antigos; ou o Paulo Portas e os amigos estão muito bem mascarados!

Tenha calma senhor! Tenha calma porque se eu, em 2010 já tenho a idade que tenho, em 2040 não quero imaginar a idade que o senhor terá!!!

terça-feira, 1 de junho de 2010


Oh the tears that you weep
For the poor, tortured souls
Who fall at your feet
With their love begging bowls

[…]
Alms for the poor
For the wretched disciples
And the love that they swore
With their hearts on the Bible
Beseeching the honour
To sit at your table
And feast on your holiness
As long as they’re able